quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Entrevista a Alexandre Coelho




1.        Alexandre Coelho, 29 anos, um jovem com um coração enorme, com uma alegria de viver, um pé esquerdo que vale milhões e ao mesmo tempo uma simplicidade fantástica, amigo de toda a gente, um grande ser humano. Professor de educação física e jogador de futebol passando por clubes como Naval, Nelas, União de Coimbra, Gândara, Sourense e presentemente joga no Carapinheirense no campeonato nacional de seniores, além disto tudo ainda treina os infantis do Atlético Clube Montemorense.
Como foi a tua infância, que brincadeiras tinhas quando eras criança?

  Penso que uma infância normal, mas diferente da que se assiste agora, apesar de não ter passado assim tanto tempo. Tive uma infância a que chamo “infância de rua”. Felizmente, pelo menos assim considero, cresci num local tranquilo, que me permitiu poder brincar na rua sem que os meus pais pudessem estar preocupados comigo. Não estava um dia sem brincar no parque com os meus amigos, sem brincar com o meu amigo na nossa rua. A falta de brincadeiras fazia com que tivéssemos que puxar pela criatividade para nos entretermos e penso que a infância de antigamente era muito mais saudável em todos os sentidos.


     O teu sonho sempre foi ser jogador de futebol?

  Não. Quando me perguntavam o que queria ser respondia de forma clara, professor de Educação Física. Naturalmente que a minha paixão pelo futebol fazia-me sonhar ser profissional de futebol e quando tive uma oportunidade para ter essa experiência reconheço que era uma ideia que me fascinava, mas  nunca descurei os estudos e comecei a ver que terminar o meu curso era a prioridade.


      O que sentiste quando jogaste pela primeira vez na equipa principal da Naval?

  Uma alegria imensa. Quando fazemos a formação juvenil num clube olhamos para a equipa sénior e ambicionamos chegar lá, o meu caso não era diferente, ainda mais num clube como a Naval que estava a ganhar cada vez mais projeção no patamar do futebol nacional. A ideia de pertencer ao plantel sénior foi sendo alimentada no meu último ano de júnior e felizmente tive essa oportunidade.  Se fazer parte do plantel já era bom, realizar um jogo era um sonho, pois a Naval tinha um plantel muito bom e aspirações ambiciosas. Felizmente tive essa oportunidade, foi um momento fantástico que recordo com saudade, entrar na equipa sénior da equipa que me formou, ter a minha família e amigos na bancada a assistir ao momento é sem dúvida um dos momentos mais felizes e marcante da minha vida.


     Como é a experiência de ser treinador de futebol das camadas jovens?

  Ser treinador de futebol é um experiência recente, tendo em conta que a carreira de treinador comparada com a de jogador é muito maior. Estou no quarto ano como treinador de uma equipa de futebol juvenil no Atlético Clube Montemorense e posso dizer que é das experiências que mais me fascina. Foi uma oportunidade que surgiu quando não estava à espera mas cedo percebi que era uma coisa que gostaria de fazer. Ter um conjunto de jovens entre 10 e 12 anos e participar de certa forma no seu  crescimento enquanto Homens e Jogadores é fascinante. Depois há tudo aquilo que o futebol proporciona, toda a troca de experiências com jovens, pais, diretores, todo o conhecimento, é de fato uma tarefa que me realiza.


    Tens ou tiveste algum ídolo?

  Sim. Quando somos novos temos a tendência para idolatrar ou identificarmo-nos com alguém. Talvez influenciado pela minha paixão futebolística e clubística gostava muito do João Vieira Pinto. O que ele representava, tudo o que ele fazia em campo era de fato marcante para mim e posso dizer que foi o meu ídolo em certo momento da minha vida.


     Se pudesses mudavas alguma coisa no teu trajeto como futebolista?

  Não, estou muito orgulhoso do meu trajeto. Mesmo que às vezes pense que podia ter chegado um pouco mais longe, estou satisfeito com a oportunidade que tive e com tudo aquilo que tenho conquistado enquanto futebolista.


       Como é o Alex fora dos relvados a nível pessoal, o que gosta de fazer?

  É uma pessoa tranquila, divertida, brincalhona, que gosta de estar com a família e de conviver com os amigos. 


      Como está a ser a experiência agora a jogar no Carapinheirense?

  Tem sido uma experiência muito boa. Sempre tive uma boa relação com a Carapinheira, tenho lá muitos amigos e sempre fui bem tratado. Quando falava com os meus amigos que me acompanharam no futebol juvenil, dizia que ainda iriamos jogar juntos e que iriamos subir o Carapinheirense. Foi uma alegria enorme quando o  conseguimos, foi uma conquista que me encheu de orgulho, pois foi um ótimo prémio para toda aquela gente da Carapinheira que vive o clube e o futebol. Este ano defendemos o clube e a Carapinheira no Campeonato Nacional de Seniores e daremos tudo para manter o nome do Clube no patamar em que está.

       Como viveste aquele momento trágico no jogo com o Tourizense em que faleceu o jogador Alex Marques?

  Foi dos piores momentos da minha vida, nem gosto muito de o recordar. Ninguém espera aquele momento e experienciar toda aquela situação faz-nos pensar. A vida tem de ser “vivida” e aproveitada.


  Como vês a situação dos professores e a falta de colocações para poderem exercer a vossa profissão?

  A falta de emprego é um problema que assola praticamente todas as classes e um dos grandes problemas do país. Naturalmente fico triste ao me aperceber que temos que sair do país em que vivemos e que somos felizes (pelo menos eu) para podermos sobreviver. É triste... Mas não nos pode desanimar, acredito que que se as mentalidades mudarem o nosso Portugal oferece-nos condições ótimas para sermos felizes.


   Que conselhos gostavas de dar aos mais novos que queiram vir a ser jogadores de futebol.

  Os conselhos têm por base a minha pouca experiência de vida mas posso dizer que grande percentagem de jovens praticam futebol e que naturalmente muitos ambicionam ser profissional. O que acontece é que uma pequena percentagem o consegue, o futebol neste momento é visto como um negócio e outros valores além da capacidade futebolística e humana, falam mais alto. Por isso digo que é importante fazermo-nos acompanhar sempre dos nossos estudos, é perfeitamente compatível estudarmos e jogarmos, aliás esta procura de fazermos as duas tarefas sem prejudicar nenhuma delas ajuda-nos a ser mais organizados e a crescer. No momento certo se tiverem que ser jogadores profissionais serão, se assim não acontecer terão o seu curso e a sua profissão.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Entrevista a Cátia Ferreira


Cátia Ferreira, 32 anos, mulher de uma força extraordinária. Aos 16 anos já desfilava em passerelles e já vencia vários prémios de beleza.
Um exemplo de vida, agarrando-se com toda a força às coisas boas da vida mesmo quando não as havia, e quando tudo parecia um grande pesadelo.




Descreve-nos a tua infância, o que gostavas mais de fazer?
  
           A minha infância foi muito feliz… Acho que nos dias de hoje nenhuma criança vai conseguir ser tão feliz quando nós eramos naqueles tempos. Íamos para a escola a pé, por mais longe que ela fosse, brincávamos na rua, misturávamos as bonecas e os carros comprados nas lojas com os utensílios feitos das pedras e paus encontrados no meio dos campos… Eu adorava tudo aquilo… Outra coisa que fazia parte de todas as minhas brincadeiras eram as manequins, aliás, queria ser como elas, então vestia e despia roupas da minha mãe, punha maquiagem e desfilava pela carpete do meu corredor… Era muito estudiosa e só quando terminasse os deveres é que me permitia brincar, mas não era um sacrifício, era já a pensar que “um dia serei médica”… Era muito sonhadora!...


    Consegues explicar-nos a grave situação de doença que tristemente te aconteceu? 

             Como referi, não me custava nada estudar as matérias dadas nas aulas e mais que fosse, porém todo esse estudo começou a notar-se pelo lado negativo e as dores de cabeça faziam-se notar, eram mesmo muito fortes e constantes. Fiz todos os exames possíveis só que não detetaram nada. Até que um dia, tinha eu 18 anos, numa aula de química, o meu braço direito começou a ficar um pouco atrapalhado e com isto eu também. Visto que não sabia o que se passava e tudo aquilo me parecia muito estranho, saí da sala de aula para ver se apanhava ar mas o que é certo é que cada vez ficava pior. Até que caí e não me lembro de mais nada… Tive 3 dias em coma… Acordei e não sabia bem o que se passava. Não sentia nada do meu lado direito, braços, pernas, cara… nada! Nem falar eu conseguia! Vim depois a saber que tive um derrame cerebral.
 
 
                                    Onde vais buscar a tua força interior?
 
           Sinceramente não sei… Talvez nos meus animais que precisam que eu esteja bem para eles poderem estar bem também. E se hoje eu estou aqui por algum motivo será. Por isso tenho de manter-me o melhor possível. Ás vezes é complicado… Mas não devemos demonstrar, devemos ter sempre um sorriso aberto nos lábios!
 
                                                                            Quem são os teus ídolos?
      
           A minha mãe! Ela é sem duvida a melhor pessoa neste mundo.
 
 
     O que te dá mais prazer em fazer hoje em dia?
             
                  Gosto muito de passear. Como não tenho dinheiro para dar a volta ao mundo, vou-me contentando com o nosso simples mas extraordinário país. Desde as mais conhecidas cidades, a aldeias de que nunca ninguém ouviu falar, mas que possuem o seu magnifico encanto.
 
    O que mudavas no mundo se o pudesses fazer?
             
                Mudava tanta coisa! Não vou dizer que acabava com a fome e as guerras neste mundo, porque isso já sabemos ser impossível, mas tentava ajudar quem eu pudesse para que vivêssemos num Portugal menos cruel.
 
Quais os teu pratos favoritos?
             
                Os meus pratos favoritos são arroz de pato, arroz de marisco e bacalhau com natas feito pela minha mãe.
 
 
   Três figuras públicas que levavas contigo para uma ilha?
             
                 Penso que não levava nenhuma… Porque depois não sabia o que falar com elas, nem o que havia de fazer… Penso que escolhia três bons amigos, com os quais eu iria, com certeza, saber o que fazer! 
 
 
                             Qual o maior defeito do ser humano?
        
              O ser humano tem tantos defeitos! Mas o maior talvez seja a hipocrisia.
 
 
                                         Quem é hoje, a Cátia Ferreira, como te descreves?
          
           Acho fundamentalmente que dou muito valor ao amor e à amizade. Admito que por vezes não demonstro isso, mas farei sempre o que puder para deixar uma pessoa a sorrir ou um animal bem disposto, nem que seja com um pouco do meu tempo para o ouvir, ou para fazer uma caricia… É bom termos alguém para nos fazer isso…  
 
 

 

domingo, 5 de janeiro de 2014

Experiências de vida

Um local óptimo para conhecer histórias de vida diferentes das nossas, este blogue vai dar a conhecer a todos os leitores outras vivências, outras ideias que serão transmitidas através de entrevistas efetuadas a personalidades de todo o tipo de área social, cultural e económica,"As nossas gentes".